História
Os primeiros habitantes de Caparaó foram os índios puris que habitavam a região do Espírito Santo e chegaram até estas terras por expansão da colonização oriunda do litoral. O primeiro homem branco a chegar a Caparaó foi o coronel Antônio Dutra de Carvalho, conhecido como “Coronel Dutrão”, em meados de 1842. Dutrão era refugiado político da malograda Revolução de Santa Luzia e que, para fugir das tropas de Caxias, empreendeu uma retirada de Queluz, hoje a cidade de Conselheiro Lafaiete. Dessa forma, trouxe para a região todos os seus escravos, familiares, gados e pertences, criando um núcleo de povoamento, até chegar às terras abrangidas pelas vertentes do Rio Caparaó.
Na sede e interior da cidade encontram-se algumas heranças deste crescimento, como a própria fazenda de Antônio Dutra (hoje, da família Grimaldi), onde se vê as ruínas de uma igreja construída sob sua determinação. O fator determinante da colonização foi a fertilidade da terra, desencadeando o surgimento de grandes fazendas que se dedicavam à cultura cafeeira (introduzida por Manoel Francisco Pinheiro, por volta de 1848). Com a descoberta de caulim, mica e feldspato, a povoação teve um grande surto de desenvolvimento. O guarda-mor Manoel Esteves de Lima também contribuiu para a colonização da região, quando, por volta de 1831, adquiriu terras nas cercanias do Rio Caparaó, estabelecendo sua fazenda (a qual denominou Santa Maria). O povoado cresceu, principalmente a partir de 1913, quando a ferrovia The Leopoldina Railway Company Limited atingiu a localidade com seus trilhos, quando da construção do ramal que levaria a Manhuaçu.
O distrito de Caparaó Novo, pertencente ao município de Espera Feliz, foi criado pelo Decreto-Lei nº. 148, de 17 de dezembro de 1938, mas sua desmembração somente ocorreu em 30 de dezembro de 1962, por meio da Lei Estadual nº. 2.764[anexo 1, item 123], que criou o Município de Caparaó (fundindo os Distritos de Caparaó Novo e Caparaó Velho, sendo que este último passou a pertencer ao primeiro). Todavia, pela Lei Municipal n°. 8.285, de outubro de 1982, o Distrito de Caparaó Velho passou a se chamar Alto Caparaó e, mediante plebiscito popular, emancipou-se do município coirmão em 1995 (Fonte: Biblioteca Municipal de Alto Caparaó). A instalação do Município de Caparaó se deu no dia 1º de março de 1963, mesma data em que o senhor meritíssimo Juiz de Direito Dr. José de Freitas Teixeira, da Comarca de Carangola, empossou o 1º Entendente do Município de Caparaó, Sr. Pedro Bussinger.
Marcadas para 30 de junho daquele mesmo ano, as primeiras eleições municipais (para escolha do prefeito, vice- prefeito e vereadores) aconteceram com muita festa, ficando ainda determinado por aquele juiz o dia da instalação da Câmara e posse dos eleitos, para o dia 1º de setembro de 1963, sendo eles:
Prefeito: Manoel Ferreira Lima (Sr. Nenel)
Vice-prefeito: Elizeu Agenor Cardoso
Presidente da Câmara: Delvides Victor da Silva
Vice-presidente: João Moraes
Demais Vereadores: Gervásio Henrique Braga, Valdino de Mello, Josias Tavares, Eduardo José de Carvalho, Jedeão Heiderich, Pedro Donádio Filho e José de Araújo.
Principais Pontos Turísticos
Parque Nacional do Caparaó
Conhecido internacionalmente, o Parque abrange diversos municípios mineiros e capixabas, já que fica na divisa destes Estados sudestinos. A entrada por Minas Gerais se dá pelo município vizinho, Alto Caparaó, e abrange dois picos famosos, o Pico do Cristal (com 2.769,76 metros de altitude) e o Pico da Bandeira (2.892 metros de altitude), sendo que este último ocupa o terceiro lugar no ranking de pontos mais altos do país.
Assim dispõe a Lei Orgânica do Município:
“Art. 191. É livre o acesso gratuito dos moradores do Município de Caparaó à área do Parque Nacional do Caparaó”.
Área de Proteção Ambiental
A APA de Caparaó está localizada na Comunidade das Missões e é uma reserva de Mata Atlântica. É estudada e coordenada pela Conservation International e mantida pela Secretaria de Meio Ambiente do Município.
Mirante Portal da Lua
A praça de saltos para pilotos de parapente localiza-se no mirante do Município, denominado Mirante Portal da Lua, onde a Associação dos Pilotos de Parapente da Serra do Caparaó (APPASC) realiza suas práticas desportivas, além de ser um bom local apreciar as belezas da Serra do Caparaó.
Estação Ferroviária de Caparaó
A Estação Ferroviária de Caparaó foi construída entre 1913 e 1914. O seu funcionamento representou o início de uma nova fase de desenvolvimento do município e, desde sua desativação, a estação foi utilizada para outros fins até que em março de 1995 a estação foi tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal, pela Lei nº. 780/1995. Em 2013 foi sancionada a Lei Municipal nº. 1.280, que “Dispõe sobre a criação do Museu Ferroviário Municipal de Caparaó”, muito embora as obras de restauração da antiga estação ferroviária e construção do referido museu se encontrem paradas desde o final de 2013.
Caixa d’Água
Situada na Av. Américo Vespúcio de Carvalho, tem aproximadamente quatro metros de altura e era usada para resfriar a caldeira da locomotiva, possibilitando que a máquina (movida a carvão), freasse na Estação, cerca de 30 metros do local. No monumento se encontram as inscrições “1914 LR”, respectivamente, o ano de construção da caixa d’água e as iniciais de Leopoldina Railway.
Praça Dois Poderes
Considerado o ponto central da cidade, é o local onde os principais eventos oficiais ocorrem. Além de chafarizes, a Praça possui um coreto e um monumento histórico, composto dos bustos de dois honoráveis cidadãos caparaoenses: os Srs. Américo Vespúcio de Carvalho e Eduardo Xavier da Costa. A título de curiosidade, conta-se que a posição diagonal e reversa das estátuas se deu por desejo do Sr. Antonio Xavier da Costa (Lico), Prefeito à época, pois dava-se a impressão de que Américo e Eduardo estivessem “vigiando” ou “guardando” as casas um do outro, fato que acontecia em vida, dada à amizade dos dois.
O Município também abriga as Praças Santo Antonio e Pedro Bussinger, esta última apelidada de “Pracinha do Coração”, devido ao seu formato arquitetônico.
Aspectos religiosos
A religião predominante no município é o catolicismo e seu padroeiro é santo Antônio, celebrado no dia 13 de junho. Festas juninas, com danças folclóricas, quadrilhas, pau-de-sebo e barracas, acontecem todos os anos. As primeiras igrejas evangélicas a se estabelecerem na cidade foram as igrejas Presbiteriana e Assembleia de Deus, por volta de 1938 a 1940.
O nome do Município
Embora haja controvérsia a respeito do nome Caparaó, há pelo menos três teorias a esse respeito:
Teoria Poética: Formulada em meados dos anos 80/90, ganhou força, quando, numa entrevista à TV Alterosa, um cidadão afirmou que o nome da cidade significava “águas que rolam das pedras”, provavelmente devido à vasta quantidade de nascentes e cachoeiras da região. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conversação da Biodiversidade – ICMBio, “O Parque Nacional do Caparaó, situado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, apresenta uma grande quantidade de córregos, riachos e nascentes, contribuindo com três importantes bacias hidrográficas: Bacia do Itabapoana-RJ [...] Bacia do Itapemirim-ES [...] e Bacia do Rio Doce-MG. [...] estima-se que o Parque possua mais de 1.000 (mil) nascentes em seu interior. Porém, muitas vezes esses recursos hídricos vêm sendo destruídos pela ação do homem que visa em primeiro lugar o lado econômico” (COSENDEY, Geraldo Gomes. Parque Nacional do Caparaó. Natureza local – hidrografia. In: www.icmbio.gov.br/parnacaparao/natureza-local.html. Acessado em: 23/04/2015, às 11:39.
Teoria Histórico-gamatical: Segundo essa teoria, o topônimo “Caparaó” seria uma corruptela de yg-apara-og, vocábulo indígena que significa “a casa do rio torto”. Outras versões ainda apontam para caa-apara (o pau torto) ou ur-apara, ou seja, “o rio torto /a folha morta”. (CARELLI, Rogério - Professor de História Contemporânea - Fundação FAFILE/UEMG de Carangola. Sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. In: www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php. Acessado em: 23/04/2015, às 11:54).
Teoria Folclórica: De acordo com os antigos, havia no povoado um boi bravo e indomável, apelidado de “Ó”. Ele habitava a região do parque e atacava quem dele se aproximasse, até que, certo dia, três valentes boiadeiros subiram a serra e conseguiram laçar o boi. Como ato prova do ato de bravura e para amansar o animal, o homens o caparam (castraram). O alvoroço tomou conta da população local, que gritava: “Caparam o Ó!”, derivando-se daí o nome “Caparaó”. Embora pareça risível, a lenda se mantém viva no imaginário popular e se encontra registrada em livros de História e em sites oficiais relacionados à matéria. (SENAC/Minas Gerais – Descubra Minas. Parque Nacional do Caparaó. In: www.descubraminas.com.br/Turismo/ParqueApresentacao.aspx. Acessado em: 23/04/2015, às 12:07.
Símbolos Municipais
De acordo com o Art. 2º, § 2º, da Lei Orgânica de Caparaó, “São símbolos do Município, a Bandeira, o Brasão e o Hino, representativos de sua cultura e história”. Embora em 1978 o Município autorizasse a criação da Bandeira e o Brasão de Armas Oficiais, somente dois anos depois foi sancionada a Lei nº. 229/1980, que “Dispõe sobre a forma e apresentação dos símbolos municipais do Município de Caparaó, Estado de Minas Gerais, e dá outras providências”. Apesar de a legislação prever três símbolos, o Município ainda não possui Hino oficial.
Brasão de Armas. De autoria do heraldista e vexilologista Dr. Lauro Ribeiro Escobar, para a Enciclopédia Heráldica Municipalista, assim é descrito: escudo ibérico, de blau (azul), com uma águia estendida de ouro e três montes heráldicos do mesmo, moventes da tralha; o do centro, mais elevado e carregado de um cristal (originalmente, uma rosa heráldica de goles – vermelho intenso). O escudo é encimado de uma coroa mural de prata, de oito torres, com suas portas abertas de sable (preto) e tem como suportes: à direita, um ramo cafeeiro e, à esquerda, ramo de laranjeira (originalmente, ramo de pessegueiro), ambos folhados e frutados, ao natural. Listel (bandeirola) azul, com o topônimo “CAPARAÓ” (em letras maiúsculas), sobre a data 01/03/1963 – posteriormente acrescentada –, na cor branca (originalmente, na cor ouro).
O Brasão possui a seguinte interpretação:
a) O escudo ibérico era usado em Portugal à época do descobrimento do Brasil e sua adoção evoca os primeiros colonizadores e desbravadores de nossa terra.
b) A cor blau (azul) é indicativa de justiça, formosura, doçura, nobreza, vigilância, firmeza incorruptível, zelo e lealdade, atributos de administradores e munícipes, e alude à maneira pela qual buscam progresso para o município. A cor branca indica a pacificidade e a generosidade, qualidades dos munícipes caparaoenses.
c) A águia, considerada a rainha das aves, representa poderio, prosperidade, vitória, benignidade, generosidade, liberdade, altos desígnios, coragem e ousadia para alavancar grandes empreendimentos.
d) Os montes aludem ao relevo acidentado do município, onde se sucedem montes e vales de rara beleza, destacando-se o Pico da Bandeira, ponto culminante da orografia sul brasileira, representado pelo monte central mais elevado.
e) O metal ouro designa riqueza, esplendor, glória, nobreza, poder, força, fé, prosperidade, soberania e mando, a sublinhar o ardor dos munícipes na luta pela grandeza de seu torrão natal.
f) A antiga rosa heráldica representava graça, beleza e suavidade, referindo-se às incontáveis belezas naturais do município, que tem, no Parque Nacional do Caparaó, notáveis paisagens, recanto admirável, que constitui atração turística e impressionante magnitude. A substituição pelo atual cristal, segundo alguns, se deve à referência às riquezas minerais do solo, como mica, feldspato, caulim e o pedernal (cristal-de-quartzo comum, geralmente trazido pelos rios e chamado popularmente de “pedra-cristal”).
g) A coroa mural é o símbolo da emancipação política e, de prata, com oito torres, das quais unicamente cinco são aparentes, constitui reservada às cidades; as portas abertas de sable (preto) proclamam o caráter hospitaleiro do povo de Caparaó.
h) O ramo de cafeeiro, à direita, simboliza a principal cultura da região, o “ouro verde das matas de Minas”. O ramo de pessegueiro foi substituído pelo ramo de laranjeira, devido à abundância das frutas cítricas no Município. Os ramos, de forma geral, atestam que os frutos da terra constituem fator de grande importância para a economia municipal.
i) No listel (bandeirola), o topônimo “CAPARAÓ” indica o município, e a data 01/03/1963 (posteriormente acrescentada), alude à sua emancipação política.
Bandeira. Também de autoria do heraldista e vexilologista Dr. Lauro Ribeiro Escobar, para a Enciclopédia Heráldica Municipalista, a Bandeira do Município de Caparaó se apresenta retangular, de azul, com um triângulo branco movente da tralha, carregado do Brasão de Armas Municipal.
De conformidade com as regras heráldicas, a Bandeira Municipal terá as dimensões oficiais adotadas para a Bandeira Nacional. Tem a Bandeira 14 (quatorze) módulos de altura por 20 (vinte) módulos de comprimento; o triângulo tem a base coincidente com a tralha e 15 (quinze) módulos de altura, e o Brasão de Armas tem 6 (seis) módulos de altura.
Conforme prevê o Art. 11 da Lei Municipal nº. 229/1980, a Bandeira do Município deve ser obrigatoriamente hasteada nas repartições e próprios municipais dos Poderes Legislativo e Executivo, nos estabelecimentos públicos ou particulares de ensino e nas demais repartições afins.
Eventos oficiais e feriados municipais
Março (dia 1º): Aniversário da Emancipação Política de Caparaó
Junho: (dia 13): Festa do Padroeiro Santo Antônio
Agosto (última semana): Festa do Cafeicultor
Setembro (27): Dia do Cavaleiro
Outubro (31): Dia do Servidor Público
Dezembro (13): Dia de Santa Luzia
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> Conheça mais:
Sites oficiais:
www.caparao.mg.gov.br
www.camaradecaparao.mg.gov.br
www.cidades.ibge.gov.br
No Facebook:
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Grupo: Caparaó antigamente
Colaboradores:
Edson Wander Araújo
Elbem de Oliveira Schwartz
Érica Brevilato de Souza Tavares
Sâmella Bastos Donádio
Valter Martins da Silva
Pedro Henrique de Matos Martins